segunda-feira, 6 de outubro de 2008

OBRA POÉTICA: "poesias sobre qualquer coisa"


Nota do Autor:


Caríssimos leitores,
Espero que esses pensamentos signifiquem algo para a vida de vocês. Com efeito, essa nossa relação está cada vez mais íntima, então, podem comentar a vontade sobre essa breve obra, despretensiosamente escrita em poucas horas num final de tarde qualquer. Muito grato!
Emerson Rodrigues

....

“Crônica-poética”

Há cinco Séculos inesquecíveis

Vieram servos de um deus que não conhecíamos

Levaram nosso ouro, provaram nossas mulheres...

Mas trouxeram “a cultura” e deixaram suas vestes

Portugal! Portugal!

Nada mal! Nada mal!

Trocaram o pau-brasil

Por restos de bacalhau

Tordesilhas dividiu o “mingau”

Com os Espanhóis que com as espadas

Cortaram bem mais que o mato

De fato! Nem os Incas deixaram rastro...

E a América-latina foi o próprio pato

Napoleão os baniu da Europa

Em várias naus, o oceano atravessaram

E serem os donos do Brasil

Da maneira mais vil Seria o próximo ato...

Em nome de Deus e de Cristo

Mentiram, Mataram e Exploraram...

Muito mais Do que em nome do Diabo...

Brasil, espoliado de maneiras mil!

Uma Maria, Um João, dois Pedros e uma Carlota

Brasil, dos militares ao Civil!

Flores de Deodoro para Floriano

De Floriano para Prudente

De Prudente para frente...

Canudos, Contestado, Lampião e o Cangaço... Lembravam:

Tiradentes, Caneca, Farroupilhas...

Gritos que do passado ecoavam

Voltas e idas de uma morte em Vida Severina

Dos Pampas ao Amazonas

O povo é a Latrina, onde

Senhores coronéis, doutores, padres e pastores

Dejetam em cima

E a Elite? O que é a Elite?

O rebento de vida insossa

De um coto espúrio europeu...

Neo-liberais, neo-escravistas

Idólatras do deus da pecúnia

E nós? Quem somos nós?

Os Insurgidos! Combatentes, Pensadores...

Da Vitória dos Oprimidos,

Da Libertação de todos

Até dos Opressores........

“Diabo Mulher”, em: http://eghus.blogspot.com/ ...

...
Sobre o Amor

O que é o amor?
Uma doce mentira?
Um solitário segredo?
Um sentimento sagrado?
Um insano e mórbido desejo?
O tudo ou o nada?
O começo ou o fim?
O que é o amor?
Saber ser e não ser?
Ou saber deixar de ser?
É estar longe, mas perto?
Ou abraçados, mas em outros abraços?
É saber dizer sim?
Ou não saber dizer não?
É o que amadurece a cabeça?
Ou o que infantiliza o coração?
O que é o amor?
É abrir mão? A mente? Ou a alma?
É escolher a renúncia?
Ou renunciar a uma escolha?
É aquilo que sempre existiu?
O que ainda existirá?
É o que vive?
O que morre?
Ou o que nos assombra?
É uma libertação?
Uma prisão?
Ou um manicômio?

...

Pegue seu martelo

Quebre as vidraças
Use seu martelo
Faça a demolição de todas as estátuas!
De heróis do passado
De senhores, de escravos
Do que é santo, do que é pecado
Me beije!Me beije, com todo seu calor e com todo seu gelo!
Me beije, com todo seu amor, e com toda sua fúria!
Não queira agora me ajudar em nada!
Use seu lança-chamas...
E queime todas as nossas máscaras!
De amantes e amados
De salvadores humanitários
De deuses e diabos

...

Faz de Contas

Uma vida Normal...
Normal até demais..
Nada de menos...
Nada de mais...
Dias longos, noites curtas...
Pequenas mentiras: grandes verdades!
Pequeno Grande Faz de Contas...
Uma Vida radical
Radical até demais!
Mais ou menos...
Dias curtos, noites longas
Façamos as apostas!
Aceitemos as propostas!
Esperemos as respostas!
Ouçamos ‘O Chamado’!
Andemos na luz!
Corramos nas sombras!
Tornemo-nos deuses!
Pelejemos com treze diabos!
Acabemos mortais...
Que nossos cadáveres sejam Imortalizados!
Tanto faz!
Pois, do que se trata?
Um Pequeno Grande Faz de Contas!

...

Poema: Midas

Abra teu espírito e se aproxime...
Toque com suas mãos o interior deste boneco de barro
Transforme-o em o Ouro!
Pegue-o e o faça alguém!
Mas, não toque em seu cérebro...
Ele não foi feito para ter idéias brilhantes!
Esqueça! Não toque no seu coração
Ele foi feito para morrer...
Novo, velho, por cima ou por baixo!
Tanto faz!
Mas, venha!
Abra seu espírito e se aproxime...
Cuidado com a lama!
É difícil de tirá-la!
Toque-o e o faça alguém!
Transforme-o em algo valioso!
Só não toque no cérebro
E esqueça o coração...
Que continuem sendo o que são:
O Ouro Puro do boneco de barro!

...

Homens-Macacos-Papagaios

Nós conquistamos...
O mundo que era dos dinossauros
Descemos das àrvoress
E deixamos de andar de quatro
Abrimos as nossas mentes
E o crânio dos outros machos
Nos tornamos falantes, loucos e sábios
Homens-macacos-papagaios
Construímos pirâmides
E muralhas, com os ossos dos escravos
Inventamos a Metafísica
*O Céu do certo e do errado!
Acreditamos na verdade de um homem*
Que disse: Amar o outro não é pecado!
Pois, vocês são o que são...
“Homens-macacos-papagaios”
Mas, na idade média as coisas ficaram sérias...
A fogueira não era apenas para o frio esquentar
A terra era “quadrada”
E o sol girava em torno de Roma
Enquanto um Galileu falava, o Outro* devia a orelha abaixar
E mesmo sem morrer...
O mundo dos homens Renasceu
*Ser Humanista* era o máximo!
Mas, Giordano virou churrasco!!
E a maçã que ferrou o homem...
Isaac Newton deu um novo nome!
*Rousseau e Voltaire* beliscaram a Razão
Charles Darwin a Evolução
E o mundo moderno, promessa de um céu...
É um saco de piadas contemporâneo


...


DAMA DE PRETO

Distração, distração
Para tirar a atenção
Distração agradável, pra suportar o inevitável
Oh! Dedicada Dama de Preto
Que nos vigia desde cedo
O belo vaidoso
O feio orgulhoso
O homem de cor
O desbotado
O corpo sedento
O saciado
O rico frágil
O pobre forte
Ninguém escapa de tua sorte
Nem mesmo, na distração...


...

Mundo

Mundo, mundo cão
Mundo desordeiro
Mundo dos loucos e dos que amam por dinheiro
Mundo trágico, mundo cômico
Corpo frágil, minha mente é sonhadora
Mundo mágico, Mundo animal
Sou um cão sem dono, minha vida é arruaceira
Amor meu amor,
Me dá um gole, da tua ira
Depois a gente se vira
Amor meu amor o mundo se tornou um poço de mentiras radioativas
Mundo, Mundo dos templos
Mundo obscuro
Mundo das idéias e dos que bebem o dia inteiro...
Mundo lógico, Mundo estranho
Corpo frágil, minha mente é explosiva
Mundo sádico, mundo irracional
Sou um ponto entre pontos
Minha vida é passageira
Amor meu amor
Tua verdade, se tornou uma mentira
Amor meu amor,
O mundo se tornou
Um poço, de misérias coletivas


...

Inevitável

Ainda sou jovem
Ainda sou louco
Ainda sonho
Queria ir a lua
Mas por enquanto degusto o meu destilado
Sentado na velha cadeira de plástico
Veio o sábado, vieram os outros
Dias que não conheci por inteiro
A mente diz: - é preciso dormir um pouco -.
O espírito diz: - quanto tempo jogado fora -.
Nos entretemos com algumas coisas
Uma hora aqui, outra hora acolá...
Um dia um velho disse: “o mundo é dos idiotas”
Parece estranho, é estranho
Tanto quanto a pretensa verdade...
Velho, um dia, com sapatos velhos, quem sabe?
Cada coração é um mundo, profundo
Na tumba de meu corpo repousa minha alma
Minha alma! Até quando?
Até quando nos alegraremos com migalhas?
Da última música que escrevi
Não lembro das últimas três notas
Elas vivem, são mais vivas do que muitas pessoas,
Pessoas que sequer viveram para morrer
Pois para morrer é preciso que se tenha vivido
A morte precisa de vida
O amor precisa de sexo
O corpo precisa de outro corpo
O espírito vai longe
Nós tememos sair do sério
Até o mais santo teve seus demônios
E até o Demônio teve seus santos
Tentamos sorrir sinceramente e até sonhamos acordados
Fazemos coisas, depois fazemos “as coisas...”
O tempo passa, e o nada chega
Depois de cheios, o vazio...
Inevitável!
Todos temos que partir
Bem ou Mal
Sozinhos ou acompanhados
Das cadeiras de plástico, com os destilados baratos
Das poltronas confortáveis, com as bebidas mais caras
Todo amor nasce, todo amor morre
Tudo é feito para a morte
Por isso corremos do medo, com medo, para o medo
É inevitável!
As folhas sempre cairão no inverno...É inevitável.


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Santos Demônios

Por detrás das letras
Estão os demônios
Do primeiro homem
E do Homem que fui ontem
Elas sempre cantam algo mais
Porque sempre há algo mais
Na mais fria e obscura solidão
Sentei para dialogar com o meu demônio
Não falávamos sobre o mundo, a vida e a morte
Falávamos sobre ele e eu
E de quem era a maior e a menor sorte
Perguntei: _Por que o santo que havia em mim morreu?
E ele respondeu: _É porque não tinhas forças para ser um demônio!
Todos os santos são infâncias de demônios
E os demônios são a velhice de todos os santos
As minhas letras ainda não são demônios
Porém, são cortantes e mortais
São escritas com sangue
Do primeiro homem
E do homem que fui há minutos atrás
Essas letras são tão vermelhas
Quanto o sangue que corre nas veias
Porém, disse ao meu demônio: _Não sou santo, não sou demônio, nem fera!
Sou um pixel interligado à vida moderna...
Antes de partir ele me disse:
_ Tu tens muito mais santos do que demônios...
Então se foi...
Quem sabe?
Até a próxima noite...


...

Novo Antigo

Corre, anda, rasteja
Aparece, se esconde, disfarça
Este mundo é uma ilusão?
E os homens bons, onde eles estão?
O que você fez hoje, será que faz sentido?
E os melhores dias, onde eles estão?
Será que estão perdidos?
Que diferença fazSe só você viver em paz?
Que mal ou bem tem se não acreditar no além?
Se salvar uma baleia?
Se não pisar em formigas?
Se entrar para o governo?
Se não se meter em brigas?
Se for para o céu ou o inferno?
Novo antigo moderno...

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Libertar-se ou Acordar-se?

Já não espero nada
Não acredito em nada
Olho para a história da humanidade, seco
E o que vejo são só entulhos
Ouso olhar para o futuro
Mas está escuro
O presente está se desintegrando, em promessas vazias
Mas eu sei mentir e tenho poesias
Tenho uma velha estante com alguns livros como calmantes
Há um espelho para me lembrar do nada que sempre se renova
Talvez devesse sair e tomar um porre
Ou fazer um curso para salvar vidas
Vidas que talvez signifiquem o nada que nunca vi
Realmente, não espero mais nada
Não acredito em nada
Procurei algo nas ditas “coisas maiores”, não encontrei
Após acreditar pela milésima vez que tudo será melhor
Parei, escutei em silêncio.
Mas as coisas que estavam aqui dentro, sumiram
Passaram pelo meu estômago e viraram excremento
Não existe mais conflito, não resisto
O turbilhão vem e vai
Que se dane os sentimentos... Dane-se a razão
O grande “tudo” se tornou um buraco
É estranho, mas estou deixando de sentir tudo o que sentia
Será que estou me libertando?
Ou estou apenas acordando?
A janela está aberta
Mas a casa está vazia

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O Diabo da Vida

O Diabo da vida
É que às vezes levamos uma vida do Diabo
Mentiras que chamamos verdades
Verdades que tornamos mentiras
Vem os dias, passam-se os anos
Nos despimos como santos
Nos vestimos com vergonha
Máscaras, trapaças, artes e manhas
Pra disfarçar o que somos
Quem quer mudar o mundo?
Quem pode deter a si mesmo?
O Diabo da vida
É que é mais fácil encontrar a própria tragédia
Do que fazer a felicidade dos outros

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Os Buracos da Parede


Os buracos da parede do meu quarto
Os meus poemas rabiscados
As coisas que tenho
Os amores amantes que tive
E os lugares onde eu estive
Não são o que eu sou
E nunca serão o que eu serei

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Quem de Nós Irá Primeiro?

Será eu?
Será você?
Quem de nós está mais perto?
Quem de nós está mais longe?
Será num dia calmo e comum?
Será no meio de uma tempestade?
Será que eu chorarei antes?
Ou será que eu te deixarei saudades?
Será que saberei quando chegar a hora?Será que quando a hora chegar eu não saberei?
Será que você estará por perto?
Será que eu estarei contigo?
Eu sei que é estranho.
Mas eu nunca pensei nisso!
Será que alguém vai chorar?
Será que alguém vai sorrir?
Será que alguém vai pensar?
Será como uma noite de sonhos?
Uma realidade passageira?
Quem de nós estará leve?
Quem de nós estará pesado?
Será que você estará do meu lado?
Será que terá entendido o que sinto?
Será que eu sentirei o que você sente?Às vezes penso que esta não é a primeira vez.
Será que encontrarei você novamente?
Será apenas até logo?
Ou será para sempre?
Por isso, será que devo lhe dizer o que tenho agora?
Devo viver que quero viver agora?
Devo esperar você?
Será que deve esperar por mim?
Temos de duvidar ou acreditar?
Será que desistiremos ou seguiremos?
Estaremos no alto ou por baixo?
O que sentirei quando você se for?
O que você sentirá quando eu não mais estiver?Será que lembraremos de todos os caminhos?
Será que estaremos juntos ou sozinhos?
Às vezes penso que estamos só de passagem.
Podemos imaginar o fim desta viagem?
Será na primavera ou no inverno?
Iremos para o céu ou iremos para o inferno?Ou será que apenas seguiremos?
Seremos pequenas grandes mentiras?
Ou seremos grandes pequenas verdades?
Às vezes penso que a luz nos guiará.
Será que conheceremos a verdade?
Ou será que ela nunca se revelará?
Por isso, nos salvo em meu mundo
Como a mais bela das lembranças.
Por quê? Será eu? Será você?
Quem de nós irá primeiro?

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Poemas Rabiscados

Agora estamos aqui
Não sei o porquê, nos deixamos levar
Às vezes me divirto, cortando a grama de casa
Às vezes me encontro, me perdendo no jardim
Em meio aos espinhos
Em meio às flores
Em meio aos insetos
Em meio aos tocos de cigarro
Que você jogou da tua boca
Agora ainda estou aqui
Às vezes me divirto lendo coisas antigas
Às vezes me encontro no espelho de um banheiro público
Em meio ao lixo
Em meio aos odores
Em meio a fungos
Em meio aos poemas rabiscados
Que alguém deixou como um último recado...

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Sem Título

Vozes, por todos os lados
Sons estranhos, movimentos ordinários
Longe, perto, filosofia de bar
Há louco para tudo no mundo...
Há mundo o bastante para todos os loucos
Não é?


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Amores e amores e amores...

Quantos quiseram viver toda a vida?
Quantos quiseram estar até o fim?
Nunca poderia dar-lhes moradia de luxo...
Por isso, dei todo o meu corpo e um recanto do meu coração...
Alguns entenderam, outros não!

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Felizes

Feliz, todos querem ser
E são, tudo o que não são
Fingir, todos podemos fazer
Afinal, os fins justificam os meios
Põe o disfarce de manhã
Se entrega de corpo são e mente sã
Sonhos, amores, troca-os por temores
Nuances difíceis por nuances mais fáceis...
Por distração, por distração...

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Eu e a Vida

Sou um imitador
Imito a vida
Uma hora estou bem, outra estou mal...
Uma hora estou frio, outra apaixonado...
Num momento estou preocupado, noutro indiferente...
Sou como a vida
Terrivelmente séria
Seriamente engraçada
Agradavelmente insuportável
Loucamente imprevisível
Sou como a vida...
Um milésimo de distração,
num segundo de ironia,
dum minuto da existência...

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Decentemente Indeciso

É decente o que não é indecente!
É indecente o que não é decente!
O decente pergunta ao Indecente: o que não é Indecente?
E ele: _ Acho que estou indeciso!

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Prostitutas e Meretrizes

Um certo Filósofo disse: “Meus pensamentos são minhas Meretrizes!”
Pois bem, meus pensamentos são:
Minhas Meretrizes
Minhas Prostitutas
Minhas Putas!
Felicidades Passageiras...
Pois não?

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Isso e Aquilo

Isso poderia ser um paraíso
Se não tornássemos tudo um inferno!
Isso poderia ser melhor
Se fossemos menos piores!
‘Isso’ poderia ser ‘Aquilo’
Se não fosse apenas ‘Isso’
Que coisas somos ‘Nós’?

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Tudo com T

Tudo o que foi
Tudo o que não foi
E tudo o que poderia ter sido
Nada seria
Se não tivesse vivido
Sem medo de ter medo

POESIA DO ACASO

Somos tão estranhos
Somos diferentes
Às vezes nos entendemos
E até nos esquecemos
Falaram que era para amar
Mas não falaram da dor
Disseram que era para continuar até aonde for
Ainda mostraram, que era para não se arrepender...
E que tudo o que é para ser
Ainda não aconteceu
Mas esconderam a verdade
Em suas faces falsas
E ocultaram a alegria que tinham
Em seus olhares tristes
Começaram a morrer em pensamento
Perdíamos tempo, controlando o tempo
Escrevíamos sobre coisas de amor
Falávamos de amor
E terminamos por amor
Contamos com você
Mas não apareceu
Fizemos estória
Contamos para alguém
Passaram-se os dias
Lembramos de quase tudo
Curtimos nossa vida
Fizemos quase tudo
Mas mentimos quantas vezes
Todos, e a todos nos enganamos...
Choramos quantas vezes
Sozinhos e abraçados
Fizemos poesias tolas
Com coisas do passado
Fizemos tudo por amor
Terminamos por acaso

...

Anjos de Guerra

Quando os teus segredos
Revelam-se aos seus medos
Perece que você vai se perder
Ainda lembra do passado
Mas se esquece que ontem não esteve lá
Você menteE fingi ter terminado
Aquilo que não começou
Teu amor é uma fulga
E na volta, ainda te espera
A cor do nosso sangue
Corre nas veias escondidas
Mas podemos imaginar
O que podemos imaginar
Que pode haver por detrás disso tudo
Tanto eu quanto você
Tememos um ao outro
Parecendo anjos de guerra
Que amam, mas também odeiam
Morrem ou matam
Por amor, por honra, por justiça
É sempre uma mão de duas vias
Ainda posso me lembrar
De cada dia na terra esquecida
Onde você não existia
Quando você se escondia
O teu abrigo era o meu vazio
Eu me vi perdido
E não tinha onde me esconder
Somos como anjos de guerra
Que amam, mas não podem ficar juntos
Como anjos de guerra
Prontos para ficarem em paz
Mas que não se deixam levar por nada
Nem pelo lado certo
Em sonhos ou somente neles
Você se vê num abrigo claro e seguro
Eu sou teu abrigo
Mas não posso me esconder
Desse mundo, dos perigos...
De tudo o que possa acontecer...


...

Sobre a passividade de certos filósofos e poetas

Que o Otimismo Determinista de Leibniz queime!
Que o milagreiro Pascal evapore em suas confusões metafísicas!
Que o Pessimismo de Shopenhauer se anime
Que o Dever Kantiano quebre-se!

Que o Lirismo poético de Nietzsche sorria sem disfarces...
Que o Sarcasmo de Voltaire ressuscite!
Que a grandeza de Nelson Rodrigues se Repita
Eternamente!


...

sábado, 4 de outubro de 2008

Sobre o Amor

O que é o amor?
Uma doce mentira?
Um solitário segredo?
Um sentimento sagrado?
Um insano e mórbido desejo?
O tudo ou o nada?
O começo ou o fim?
O que é o amor?
Saber ser e não ser?
Ou saber deixar de ser?
É estar longe, mas perto?
Ou abraçados, mas em outros abraços?
É saber dizer sim?
Ou não saber dizer não?
É o que amadurece a cabeça?
Ou o que infantiliza o coração?
O que é o amor?
É abrir mão? A mente? Ou alma?
É escolher a renúncia?
Ou renunciar a uma escolha?
É aquilo que sempre existiu?
O que ainda existirá?
É o que vive?
O que morre?
Ou o que nos assombra?
É uma libertação?
Uma prisão?
Ou um manicômio?

. . .

Ligação Espiritual

Alguém disse: Elas morreram, nem viram de onde!
Como uma chuva passageira...
E uma antiga tristeza se renovou
Pela casa, o silêncio sublimou-se
Todos se calaram enquanto alguém chorava
Uma tinha vinte e quatro, a outra apenas vinte
E com todos os anos
Ainda veremos se repetir
Uma antiga nova tristeza se renovando
Hora após hora
Como milhares de agulhas nos espetando
Até que possamos compreender
Aquilo que ainda não compreendemos...
Uma antiga tristeza se renovando...

Nota: (em homenagem à morte de duas meninas desconhecidas, num acidente de carro, ocorrido na madrugada do dia 03 de agosto de 2007).

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Homem

A pergunta mais antiga: QUEM É O HOMEM?
Um cão tem pêlos e precisa de um osso
Um porco tem pêlos e precisa de lavagem
Um homem tem pêlos, tem sonhos, mas precisa de coragem
Para viver...
Para sobreviver...
Para SER...

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Dentro de mim

deus e o diabo se encontraram
dentro de mim
milênios de estórias contaram
dentro de mim
deus e o diabo xadrez jogaram
dentro de minha mente
na melhor de dois mil anos, empataram
dentro de mim
deus e o diabo como pai e filho que há tempos não se viam
Se abraçaram
luz e trevas se dissiparam
dentro de mim
dentro de mim

...

Por Causa de Mim

Hoje perdi o sono por causa de mim
Vi que estava meio triste, deprimido...
Então me levei para passear, tomar algo...
Cruzei comigo as ruas da cidade até o bar
Quando chegamos.
Notei que as pessoas nos olhavam
Não entendiam como eu poderia estar comigo!
Talvez nem eu pudesse compreender aquilo...
Há lugares que você deseja, mas, talvez é melhor não estar
Vimos as mesmas coisas, as mesmas faces
Todos estavam acompanhados de outros
Mas eu, eu estava comigo mesmo...
Vi que eu estava farto daquilo tudo...
Então voltei comigo para casa e lá ficamos
Escutei o que eu contava... Estórias de histórias...
Chegamos tão longe que não podíamos parar
Vi que eu queria começar tudo outra vez, do zero...
Mas, tudo o que éramos se reduziu no Agora...
Quando o sol começou a nascer
Tive a certeza de que sempre estarei comigo...
Então o Passado, o Presente e o Futuro se deram as mãos
E o AGORA resolveu ficar,
um pouco mais eternamente...

...

Com S

Sangue suga
Suga o sangue de Sassá
Sassá sortudo sonha no sofá
Síssa sussura e Sassá suspira
Sexo, sentimentalismo e sorte
Seis do seis de sessenta e seis
Sinfonia em sintonia
Sassá solitário “seca” Simone
Síssa surra Sassá
Síssa, Sassá e Simone
Súcia de Sangue Sugas

...

Menina do Arranha Céu

Ela mora num arranha céu
Esta longe do inferno, está perto do céu
Ela mora longe das ruas
Está longe da vida nua, está perto da vida crua
Ela anda de carro importado e aviões a jato
Um dia de sua vida, custa trinta anos da nossa
Mas, quando ela fechar o olhos para morrer
Parecerá nossa irmã, mesmo sem nos conhecer...

...

Filhos do Medo, Filhos da Noite

Perdoa nossos pecados
Assim como que já estamos perdidos
Mas nos livre do mal
Mesmo estando num inferno
Não nos deixa cair em tentação
Como que já dormimos na taberna
Filhos da noite, vem ao dia cantar
Hinos de terror e de maldições
Fazer da terra um tremendo lar de macacos decaídos
Você pode perder o medo da noite
Se você não temer o mal
Ou se deixar o mal tomar conta do teu coração
Como no inicio, um irmão mata a outro
Ri da morte, mas teme a ira
Daquele que está a jogar Xadrez com seus anjos
Viver na escuridão não é uma opção
É deixar-se levar pelo silêncio
Enquanto sua mente dorme, o mal entra e fica
Até você permitir, até o momento de você acordar
Para a sua vida, um pouco cansado e depressivo...
Quando o teu corpo cansa, tua mente se perde...
E o mal fala ao seu ouvido
Um anjo decaído vem te segurar na palma da mão, sorrindo...
A tua fraqueza não é uma tragédia
É o que já está escrito desde o início
Dos tempos enquanto Deus andava por aqui...
Lendo o livro perdido,
foi lá que eu aprendi...
....

Cegos

Os sentimentos foram trocados
Mas não importa
Os cegos não nunca puderam ver...

...

Vazio

Vazio
Vazio que se agarra na alma
Vazio que invade a calma
Vazio que se esconde atrás da risada
Vazio
Vazio que se disfarça de tudo
Vazio que preenche o mundo
Vazio que esconde o vazio

...

Oração Perdida  

Atravessou a rua 

Uma parede 

Um abrigo 

Uma chuva cai de lado 

Molhado está o asfalto 

Uns caras passam 

O silêncio e a memória se abraçam 

Lá atrás Perdida no tempo 

Uma linda criança, promessa de um céu 

Junta as pequenas mãos e ora 

Uma oração bonita: não se lembra como começa 

Mas sabe como termina:“Eu acredito em você” 

Quando se volta daquele tempo até a parede onde está 

Em silêncio olha a chuva no asfalto 

Os carros e as pessoas passam 

Nos prédios cada vez mais altos, diferentes, indiferentes... 

Então, o silêncio, a loucura e a solidão, abraçam... 

Como numa oração 

Lá atrás perdida no tempo: 

Não se lembra como começa, mas sabe bem como termina... ...

Na Hora do Impacto
Olhando para o espelho
Olhando para o ontem
Olhando para dentro
Claramente, escuro...
Há coisas que ficam de pé
Há coisas que ficam
Pés nas ruas
Sempre, no alto, na noite
Céu, estrelas
O infinito num rosto...1,2,3
Razão satisfatória
Abrir o espírito
Para frente...Sim!
Frente!
Por que pra quê?
Viva a vida!
Viva a noite!
Viva...Viva...
Isso... Que é isso?
Por quê isso?
Pra quê isso?
Isso, que pode ser sentido...
Apenas por aqueles que sentem “Isso”Sangue...
Cacos de vidro
Isso! É como andar sobre cacos de vidro
Olhando para o espelho
Olhando para dentro
Olhando para “Isso”
...
Homem do Saco

Um homem carrega um saco
Nas costas, como um Atlas
Um faro e um passado
Sonhos de liberdade
Vivendo como ratos enclausurados
Uma migalha, um dia a mais
Um sorriso motivador, um peso a mais
De nós esperavam tanto
Mas um tanto de nós não esperava por isso
Há vontade decorrer e ir para longe
Quanto mais longe, mais perto
Aquilo que nos persegue sempre
Devemos deixar outros e nós?
Para contar nossas histórias
Para sonhar com a liberdade
Como ratos enclausurados

...


1,2,3

Do alto do céu
Sobre as nossas cabeças
Despenca a noite
Vorazmente
Sento-me no canto de um prédio
Envolto em silêncio
Olho firme e calmo
Regurgito pensamentos
1,2,3...
Nosso ônibus está vindo...
Sei que o olho que tudo vê
Sonda meu destino, vela meus passos
Certos ou errados
Caminhos belos e pesados
Dias em que sou de Ouro, dias em que sou descartável
Há coisas que demoram-se
Mas essa coisa que sinto logo passará
Sei que vocês estão comigo
Mandando boas Energias de algum lugar
Sei que vocês estão...
Nesse milésimo de Distração
Nesse segundo de Ironia
Nesse minuto da Existência...

...