segunda-feira, 6 de outubro de 2008

OBRA POÉTICA: "poesias sobre qualquer coisa"


Nota do Autor:


Caríssimos leitores,
Espero que esses pensamentos signifiquem algo para a vida de vocês. Com efeito, essa nossa relação está cada vez mais íntima, então, podem comentar a vontade sobre essa breve obra, despretensiosamente escrita em poucas horas num final de tarde qualquer. Muito grato!
Emerson Rodrigues

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“Crônica-poética”

Há cinco Séculos inesquecíveis

Vieram servos de um deus que não conhecíamos

Levaram nosso ouro, provaram nossas mulheres...

Mas trouxeram “a cultura” e deixaram suas vestes

Portugal! Portugal!

Nada mal! Nada mal!

Trocaram o pau-brasil

Por restos de bacalhau

Tordesilhas dividiu o “mingau”

Com os Espanhóis que com as espadas

Cortaram bem mais que o mato

De fato! Nem os Incas deixaram rastro...

E a América-latina foi o próprio pato

Napoleão os baniu da Europa

Em várias naus, o oceano atravessaram

E serem os donos do Brasil

Da maneira mais vil Seria o próximo ato...

Em nome de Deus e de Cristo

Mentiram, Mataram e Exploraram...

Muito mais Do que em nome do Diabo...

Brasil, espoliado de maneiras mil!

Uma Maria, Um João, dois Pedros e uma Carlota

Brasil, dos militares ao Civil!

Flores de Deodoro para Floriano

De Floriano para Prudente

De Prudente para frente...

Canudos, Contestado, Lampião e o Cangaço... Lembravam:

Tiradentes, Caneca, Farroupilhas...

Gritos que do passado ecoavam

Voltas e idas de uma morte em Vida Severina

Dos Pampas ao Amazonas

O povo é a Latrina, onde

Senhores coronéis, doutores, padres e pastores

Dejetam em cima

E a Elite? O que é a Elite?

O rebento de vida insossa

De um coto espúrio europeu...

Neo-liberais, neo-escravistas

Idólatras do deus da pecúnia

E nós? Quem somos nós?

Os Insurgidos! Combatentes, Pensadores...

Da Vitória dos Oprimidos,

Da Libertação de todos

Até dos Opressores........

“Diabo Mulher”, em: http://eghus.blogspot.com/ ...

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Sobre o Amor

O que é o amor?
Uma doce mentira?
Um solitário segredo?
Um sentimento sagrado?
Um insano e mórbido desejo?
O tudo ou o nada?
O começo ou o fim?
O que é o amor?
Saber ser e não ser?
Ou saber deixar de ser?
É estar longe, mas perto?
Ou abraçados, mas em outros abraços?
É saber dizer sim?
Ou não saber dizer não?
É o que amadurece a cabeça?
Ou o que infantiliza o coração?
O que é o amor?
É abrir mão? A mente? Ou a alma?
É escolher a renúncia?
Ou renunciar a uma escolha?
É aquilo que sempre existiu?
O que ainda existirá?
É o que vive?
O que morre?
Ou o que nos assombra?
É uma libertação?
Uma prisão?
Ou um manicômio?

...

Pegue seu martelo

Quebre as vidraças
Use seu martelo
Faça a demolição de todas as estátuas!
De heróis do passado
De senhores, de escravos
Do que é santo, do que é pecado
Me beije!Me beije, com todo seu calor e com todo seu gelo!
Me beije, com todo seu amor, e com toda sua fúria!
Não queira agora me ajudar em nada!
Use seu lança-chamas...
E queime todas as nossas máscaras!
De amantes e amados
De salvadores humanitários
De deuses e diabos

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Faz de Contas

Uma vida Normal...
Normal até demais..
Nada de menos...
Nada de mais...
Dias longos, noites curtas...
Pequenas mentiras: grandes verdades!
Pequeno Grande Faz de Contas...
Uma Vida radical
Radical até demais!
Mais ou menos...
Dias curtos, noites longas
Façamos as apostas!
Aceitemos as propostas!
Esperemos as respostas!
Ouçamos ‘O Chamado’!
Andemos na luz!
Corramos nas sombras!
Tornemo-nos deuses!
Pelejemos com treze diabos!
Acabemos mortais...
Que nossos cadáveres sejam Imortalizados!
Tanto faz!
Pois, do que se trata?
Um Pequeno Grande Faz de Contas!

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Poema: Midas

Abra teu espírito e se aproxime...
Toque com suas mãos o interior deste boneco de barro
Transforme-o em o Ouro!
Pegue-o e o faça alguém!
Mas, não toque em seu cérebro...
Ele não foi feito para ter idéias brilhantes!
Esqueça! Não toque no seu coração
Ele foi feito para morrer...
Novo, velho, por cima ou por baixo!
Tanto faz!
Mas, venha!
Abra seu espírito e se aproxime...
Cuidado com a lama!
É difícil de tirá-la!
Toque-o e o faça alguém!
Transforme-o em algo valioso!
Só não toque no cérebro
E esqueça o coração...
Que continuem sendo o que são:
O Ouro Puro do boneco de barro!

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Homens-Macacos-Papagaios

Nós conquistamos...
O mundo que era dos dinossauros
Descemos das àrvoress
E deixamos de andar de quatro
Abrimos as nossas mentes
E o crânio dos outros machos
Nos tornamos falantes, loucos e sábios
Homens-macacos-papagaios
Construímos pirâmides
E muralhas, com os ossos dos escravos
Inventamos a Metafísica
*O Céu do certo e do errado!
Acreditamos na verdade de um homem*
Que disse: Amar o outro não é pecado!
Pois, vocês são o que são...
“Homens-macacos-papagaios”
Mas, na idade média as coisas ficaram sérias...
A fogueira não era apenas para o frio esquentar
A terra era “quadrada”
E o sol girava em torno de Roma
Enquanto um Galileu falava, o Outro* devia a orelha abaixar
E mesmo sem morrer...
O mundo dos homens Renasceu
*Ser Humanista* era o máximo!
Mas, Giordano virou churrasco!!
E a maçã que ferrou o homem...
Isaac Newton deu um novo nome!
*Rousseau e Voltaire* beliscaram a Razão
Charles Darwin a Evolução
E o mundo moderno, promessa de um céu...
É um saco de piadas contemporâneo


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DAMA DE PRETO

Distração, distração
Para tirar a atenção
Distração agradável, pra suportar o inevitável
Oh! Dedicada Dama de Preto
Que nos vigia desde cedo
O belo vaidoso
O feio orgulhoso
O homem de cor
O desbotado
O corpo sedento
O saciado
O rico frágil
O pobre forte
Ninguém escapa de tua sorte
Nem mesmo, na distração...


...

Mundo

Mundo, mundo cão
Mundo desordeiro
Mundo dos loucos e dos que amam por dinheiro
Mundo trágico, mundo cômico
Corpo frágil, minha mente é sonhadora
Mundo mágico, Mundo animal
Sou um cão sem dono, minha vida é arruaceira
Amor meu amor,
Me dá um gole, da tua ira
Depois a gente se vira
Amor meu amor o mundo se tornou um poço de mentiras radioativas
Mundo, Mundo dos templos
Mundo obscuro
Mundo das idéias e dos que bebem o dia inteiro...
Mundo lógico, Mundo estranho
Corpo frágil, minha mente é explosiva
Mundo sádico, mundo irracional
Sou um ponto entre pontos
Minha vida é passageira
Amor meu amor
Tua verdade, se tornou uma mentira
Amor meu amor,
O mundo se tornou
Um poço, de misérias coletivas


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Inevitável

Ainda sou jovem
Ainda sou louco
Ainda sonho
Queria ir a lua
Mas por enquanto degusto o meu destilado
Sentado na velha cadeira de plástico
Veio o sábado, vieram os outros
Dias que não conheci por inteiro
A mente diz: - é preciso dormir um pouco -.
O espírito diz: - quanto tempo jogado fora -.
Nos entretemos com algumas coisas
Uma hora aqui, outra hora acolá...
Um dia um velho disse: “o mundo é dos idiotas”
Parece estranho, é estranho
Tanto quanto a pretensa verdade...
Velho, um dia, com sapatos velhos, quem sabe?
Cada coração é um mundo, profundo
Na tumba de meu corpo repousa minha alma
Minha alma! Até quando?
Até quando nos alegraremos com migalhas?
Da última música que escrevi
Não lembro das últimas três notas
Elas vivem, são mais vivas do que muitas pessoas,
Pessoas que sequer viveram para morrer
Pois para morrer é preciso que se tenha vivido
A morte precisa de vida
O amor precisa de sexo
O corpo precisa de outro corpo
O espírito vai longe
Nós tememos sair do sério
Até o mais santo teve seus demônios
E até o Demônio teve seus santos
Tentamos sorrir sinceramente e até sonhamos acordados
Fazemos coisas, depois fazemos “as coisas...”
O tempo passa, e o nada chega
Depois de cheios, o vazio...
Inevitável!
Todos temos que partir
Bem ou Mal
Sozinhos ou acompanhados
Das cadeiras de plástico, com os destilados baratos
Das poltronas confortáveis, com as bebidas mais caras
Todo amor nasce, todo amor morre
Tudo é feito para a morte
Por isso corremos do medo, com medo, para o medo
É inevitável!
As folhas sempre cairão no inverno...É inevitável.


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Santos Demônios

Por detrás das letras
Estão os demônios
Do primeiro homem
E do Homem que fui ontem
Elas sempre cantam algo mais
Porque sempre há algo mais
Na mais fria e obscura solidão
Sentei para dialogar com o meu demônio
Não falávamos sobre o mundo, a vida e a morte
Falávamos sobre ele e eu
E de quem era a maior e a menor sorte
Perguntei: _Por que o santo que havia em mim morreu?
E ele respondeu: _É porque não tinhas forças para ser um demônio!
Todos os santos são infâncias de demônios
E os demônios são a velhice de todos os santos
As minhas letras ainda não são demônios
Porém, são cortantes e mortais
São escritas com sangue
Do primeiro homem
E do homem que fui há minutos atrás
Essas letras são tão vermelhas
Quanto o sangue que corre nas veias
Porém, disse ao meu demônio: _Não sou santo, não sou demônio, nem fera!
Sou um pixel interligado à vida moderna...
Antes de partir ele me disse:
_ Tu tens muito mais santos do que demônios...
Então se foi...
Quem sabe?
Até a próxima noite...


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Novo Antigo

Corre, anda, rasteja
Aparece, se esconde, disfarça
Este mundo é uma ilusão?
E os homens bons, onde eles estão?
O que você fez hoje, será que faz sentido?
E os melhores dias, onde eles estão?
Será que estão perdidos?
Que diferença fazSe só você viver em paz?
Que mal ou bem tem se não acreditar no além?
Se salvar uma baleia?
Se não pisar em formigas?
Se entrar para o governo?
Se não se meter em brigas?
Se for para o céu ou o inferno?
Novo antigo moderno...

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Libertar-se ou Acordar-se?

Já não espero nada
Não acredito em nada
Olho para a história da humanidade, seco
E o que vejo são só entulhos
Ouso olhar para o futuro
Mas está escuro
O presente está se desintegrando, em promessas vazias
Mas eu sei mentir e tenho poesias
Tenho uma velha estante com alguns livros como calmantes
Há um espelho para me lembrar do nada que sempre se renova
Talvez devesse sair e tomar um porre
Ou fazer um curso para salvar vidas
Vidas que talvez signifiquem o nada que nunca vi
Realmente, não espero mais nada
Não acredito em nada
Procurei algo nas ditas “coisas maiores”, não encontrei
Após acreditar pela milésima vez que tudo será melhor
Parei, escutei em silêncio.
Mas as coisas que estavam aqui dentro, sumiram
Passaram pelo meu estômago e viraram excremento
Não existe mais conflito, não resisto
O turbilhão vem e vai
Que se dane os sentimentos... Dane-se a razão
O grande “tudo” se tornou um buraco
É estranho, mas estou deixando de sentir tudo o que sentia
Será que estou me libertando?
Ou estou apenas acordando?
A janela está aberta
Mas a casa está vazia

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O Diabo da Vida

O Diabo da vida
É que às vezes levamos uma vida do Diabo
Mentiras que chamamos verdades
Verdades que tornamos mentiras
Vem os dias, passam-se os anos
Nos despimos como santos
Nos vestimos com vergonha
Máscaras, trapaças, artes e manhas
Pra disfarçar o que somos
Quem quer mudar o mundo?
Quem pode deter a si mesmo?
O Diabo da vida
É que é mais fácil encontrar a própria tragédia
Do que fazer a felicidade dos outros

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Os Buracos da Parede


Os buracos da parede do meu quarto
Os meus poemas rabiscados
As coisas que tenho
Os amores amantes que tive
E os lugares onde eu estive
Não são o que eu sou
E nunca serão o que eu serei

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Quem de Nós Irá Primeiro?

Será eu?
Será você?
Quem de nós está mais perto?
Quem de nós está mais longe?
Será num dia calmo e comum?
Será no meio de uma tempestade?
Será que eu chorarei antes?
Ou será que eu te deixarei saudades?
Será que saberei quando chegar a hora?Será que quando a hora chegar eu não saberei?
Será que você estará por perto?
Será que eu estarei contigo?
Eu sei que é estranho.
Mas eu nunca pensei nisso!
Será que alguém vai chorar?
Será que alguém vai sorrir?
Será que alguém vai pensar?
Será como uma noite de sonhos?
Uma realidade passageira?
Quem de nós estará leve?
Quem de nós estará pesado?
Será que você estará do meu lado?
Será que terá entendido o que sinto?
Será que eu sentirei o que você sente?Às vezes penso que esta não é a primeira vez.
Será que encontrarei você novamente?
Será apenas até logo?
Ou será para sempre?
Por isso, será que devo lhe dizer o que tenho agora?
Devo viver que quero viver agora?
Devo esperar você?
Será que deve esperar por mim?
Temos de duvidar ou acreditar?
Será que desistiremos ou seguiremos?
Estaremos no alto ou por baixo?
O que sentirei quando você se for?
O que você sentirá quando eu não mais estiver?Será que lembraremos de todos os caminhos?
Será que estaremos juntos ou sozinhos?
Às vezes penso que estamos só de passagem.
Podemos imaginar o fim desta viagem?
Será na primavera ou no inverno?
Iremos para o céu ou iremos para o inferno?Ou será que apenas seguiremos?
Seremos pequenas grandes mentiras?
Ou seremos grandes pequenas verdades?
Às vezes penso que a luz nos guiará.
Será que conheceremos a verdade?
Ou será que ela nunca se revelará?
Por isso, nos salvo em meu mundo
Como a mais bela das lembranças.
Por quê? Será eu? Será você?
Quem de nós irá primeiro?

...

Poemas Rabiscados

Agora estamos aqui
Não sei o porquê, nos deixamos levar
Às vezes me divirto, cortando a grama de casa
Às vezes me encontro, me perdendo no jardim
Em meio aos espinhos
Em meio às flores
Em meio aos insetos
Em meio aos tocos de cigarro
Que você jogou da tua boca
Agora ainda estou aqui
Às vezes me divirto lendo coisas antigas
Às vezes me encontro no espelho de um banheiro público
Em meio ao lixo
Em meio aos odores
Em meio a fungos
Em meio aos poemas rabiscados
Que alguém deixou como um último recado...

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